sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ultimo suspiro


Das coisas que Deus me deu, o raio mais quente, o sabor mais doce, a alegria mais viva.
Estranho é ferir aquele que mais se ama, o que mais se quer bem.
Estranho é sufocar quando se quer abraçar, morder em vez de beijar, oferecer arranhões no lugar de carinho.
Tanto se diz sobre o amor, mas ninguém consegue medí-lo ou quantificá-lo.
Cada um só sabe dos amores que sente.
As emoções são a mágica mais traiçoeira dos humanos, seres de uma simplicidade tão pura, que se torna difícil de se compreender.
Eu posso tentar fazer o certo, mas a inebriante confusão de nossas emoções transforma tudo em errado.
Tantas foram as vezes que tentei. Tantas vezes me despedi e retornei. Tantas vezes ensaiamos um recomeço. Mas desta vez não quero saber das lembranças.
As nossas lembranças nos trazem rancores amargos. Tantas iras pelo amor infinito que nunca se encaixou.

Das coisas boas que aprendi, inspiro apenas os sentimentos. Não quero mais me lembrar dos fatos, das conversas, das brincadeiras sem graça. Não existem mais brigadeiros, nem jogos de futebol, nem guerras de almofadas ou cócegas sangrentas.
Mas eternos e incondicionais são os sentimentos. Um misto de entusiasmo, carinho e todo o tipo de amor que o teu sorriso me desperta.
Sim, o sorriso eu vou levar. Posso?
O sorriso, as mãos e aqueles antebraços mais lindos.
Não os levarei como lembranças e sim como sensações...
A pressão que sempre cai, o coração saindo pela boca, as pernas bambas.
Temperaturas.
O pulsar do seu coração.
A sua respiração.

Nada mais será entendido ou compreendido. Porque nada mais existe e existe mais nada.
Nesses ultimos dias escrevemos o fim e colocamos o ultimo ponto final nessa história que já começou errada.
A Buh foi uma menina infante que viveu a história da água que amou o óleo.
Quando isso aconteceu, lhe disseram que eles nunca poderiam ser um só. Mas ela, na sua persistência infinita, nunca deixou de acreditar que eles poderiam um dia dividir o mesmo copo.


Eu me afoguei nos meus próprios mares de lágrimas me flagelei em ataques de loucura.
Eu morri pra renascer.
Novela mexicana, drama de shakespeare...a Julieta que por amor chegou ao veneno.
Palavras e gestos que matam.

A insanidade desesperada me levou ao suicídio ao te ver tão machucado pelas minhas próprias mãos.
Eu sei que poderia ter nos poupado de muitas magoas, mas não me cabe mais nenhuma lamentação.

Parece cafona como tudo que é cheio de amor, mas eu creio sim que ele pode fazer nascer flores em solo seco considerado estéril. O amor é um oásis no deserto.
Eu sei que é triste ser magoado por quem se ama. Não tiro o seu direito de se ressentir.
Mas agora, meu anjo, você pode voar...eu não vou mais te machucar.
Eu também sinto minhas asas se abrindo. Sinto o vento e ouço a música...
Eu estava dentro da novela, do filme de amor. A sessão acabou e logo começa outra, um lançamento surpreendente.

Minha consciência transborda. Posso sentir o equilibrio, a segurança.
Dispo-me agora de todas as peles, de todos os restos da prisão.
Retiro todas as máscaras, todas as ataduras e os bálsamos das minhas feridas.
Minha carne é regenerada, perfeita. Minha alma é livre.

Todas as páginas estão em branco, e o novo conto começa agora.



Ultimo bju da Buh*
Ps 1: texto mais perfeito que já escrevi.
Ps 2: a gente merece e precisa de uma nova história, sem raízes, sem rancores. Lado a Lado. De mãos dadas.

5 comentários:

  1. muito bom o texto. Parabens pelo teu blog, e pelo teu modo simples, sincero e bonito de falar. Gostei daqui.
    Maurizio

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  2. Dói, mas ninguém pode negar que esse texto tá fantástico. Vc e sua mania de resgatar as coisas... acho lindo e de uma pureza incrível. *-*
    bjuh fia.

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  3. q lindo praguinhaaa
    não é atoa q digo q és a estrela do meu jardim =D

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