quarta-feira, 29 de abril de 2009

Lis; Flor-de. 2009 Abril, 28. Do seu diário


Existem tantas questões que as vezes parece que nunca terão fim.
É tanto tempo de altos e baixos, idas e voltas, o céu e o inferno.
E aí? O que afinal de contas é?

Pelo lado otimista é tanto tempo que nem parece tanto. Me fez conhecer muitos dos meus limites e ter consciência de em quais circunstâncias eles simplesmente não existem.
Me mostrou meu lado mais mediocre, mais carente, miserável.
Trouxe um grande numero de frustrações, ressentimentos, indagações e inquietudes.
É assim mesmo, o lado bom é quase inseparável do não tão bom.

Não dá pra negar toda a identificação que existe, mesmo que em um primeiro olhar isso pareça impossível.
As coisas menores se tornam tão lindas e realmente existe o dom de me levar das lágrimas ao riso descontrolado.
Um minimo movimento pode me trocar azedo por doce, dor por prazer, indiferença por entusiasmo.
Você pode me dizer que isso não deveria acontecer. Mas eu não estou aqui pra falar de coisas consideradas corretas, e sim das coisas como elas são.

Realmente muitas vezes parece não existir interesse pelos meus dias, pelas minhas dores, minhas vontades e necessidades.

Falar disso, ou escrever como agora, faz o olhar ficar salgado.
De uma maneira gravada tão fundo no inconsciente, que eu nem sei o porquê.

Cada pessoa é um conjunto de códigos.
Mas esse, ou é ainda muito complicado pra mim, ou é tão óbvio que não me parece verdade.

Tudo é tão relativo.
Desistir pode ser uma maneira de tentar outra vez.
Continuar tentando pode estar sendo abrir mão.
Deveria eu não aceitar que as pessoas não sejam como eu queria que elas fossem.
Ou amá-las como elas são?

Não existem formulas ou receitas de se produzir as reações que se quer.
Você pode argumentar que as minhas expectativas as vezes não são correspondidas e isso me sofre um pouco.
Mas me sofre também não corresponder a tantas pessoas que já esperaram e ainda esperam tanto de mim.
Muitas vezes eu também preciso de um voto de confiança.

Talvez minha empatia seja demasiadamente grande em alguns momentos.
Conheço pessoas que têm o coração duro por já terem sofrido.
Certos sofrimentos causam uma espécie de pânico.
Vejo tanta gente que já se sentiu rejeitado e agora não consegue mais se entregar.

Eu vou ficar assim?
Não quero não Deusinho...
Carece mesmo?


Pra ficar madura eu vou ter que ficar mais dura, mais fria, e vai chegar um dia em que eu perderei momentos bons por não me entregar.
E ai eu sei que você vai dizer que eu também sofrerei menos.
Mas não posso colocar na balança antes de as coisas acontecerem.
Pessoas maduras não cedem a certos impulsos, não fazem certas coisas só que tem vontade, elas vão perdendo a vontade com o tempo, conforme vão mudando de crenças pra descrenças.

Talvez isso eu já tenha começado.

Você talvez diga que eu precise sentir mais isso, que devo ter vontade de fazer aquilo, que devo esquecer várias coisas. Isso tudo são processos.
Se eu conseguisse apagar minha memória e escolher o que sentir, o que fazer e como ser, assim de um dia pro outro, eu já teria feito. E seria bem mais comodo.

Tudo bem, você pode me dizer que estou errada, que não enxergo as coisas e deveria agir diferente.
E eu te escuto. Uso suas palavras quando precisar ou conseguir.
E até compreendo, porque sei que da mesma maneira que os meus atos se justificam pela minha história, os seus também tem justificativas.

Mas ainda existem coisas que eu só conto pra mim mesma, assim como só o que eu vejo, só o que eu sinto, só o que eu sei.
Não pense que eu faço as coisas sem pensar.
Tenho tanta consciência de mim mesma que as vezes me assusto.
Sei exatamente o que fiz de certo e errado, pelos meus valores, pelos seus principios.
Sei os motivos pelos quais faço certas coisas, mesmo que esses motivos não sejam considerados bons.

Eu não preciso que você me julgue ou me condene.
Eu já faço isso todos os dias.

Não me cabe mais saber o que eu acertei ou errei e me trouxe até aqui.
Eu procuro a melhor forma de sair daqui.

Desculpe-me, mas são as minhas coisas.
Confusas, agridoces.
minhas.


Bju da Lis*

2 comentários:

  1. mais um texto, mais um lugar onde me encontro... eu poderia colocar uma frase do seu texto e mais uma vez dizer algo a respeito, mas nesse não tem como. Tu fez uma mistura com as palavras que não tem nem o q falar(pelo menos pra mim), tu colocou os dois lados... ahhhh só vim comentar msm q fiquei ENCANTADA com esse texto.
    b-JUH.

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  2. Bah eu tenho consciencia dos dois lados, dos outros que podem existir, e dos que não existem, rsrsrs

    Valeu Juh

    B-juh da Lis*

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